quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Sobre Idiomas

Nos preparamos muito antes de vir a uma missão de paz, são dias e horas infindos lendo, treinando, assistindo nossos programas favoritos em inglês. Ficamos muito apreensivos com relação a isto, falar bem o Inglês ou Francês, mas quando chegamos tudo muda.
Cheguei na Guiné-Bissau e me deparei com um outro idioma, português mais próximo do de Portugal e o Kriol, lingua própria do país, que é usado para as diversas tribos se comunicarem entre si.
Fazendo meus estudos vi que a maioria da população é capaz de entender o Kriol, mas utilizam muito seus dialetos tribais e isto me encanta, pois gosto de aprender coisas novas. “ N’ misti papia kriol.”
Todos os dias aprendo uma palavra ou frase nova e me afundo em “gramáticas” de kriol, coloquei entre aspas porque não existe nada oficial quanto a forma de de falar kriol, muito menos escrever.
Outra barreira do idioma em ambiênte de missão de paz são os sotaques, pois são vários nativos em inglês como os americanos e os africanos colonizados pela inglaterra. Muitas vezes nem eles mesmo conseguem se entender.
A lingua oficial aqui na UNIGBIS é o Inglês e toda vez que queremos nos fazer entender falamos em inglês, todos os documentos precisam ser em inglês e quando vão para fora em português, daí o rala para nós é em dobro, todos veem até nós solicitar ajuda. Um fator importante a ser levado em conta aqui é que o Português local não é tão rebuscado quanto o Português e nem tão maleável quanto ao brasileiro.
Um final de semana estávamos almoçando e a cada momento era uma onda de um idioma, inglês base, depois portugues para interagir com os locais, daí mudava para o espanho sulamericano porque os “hermanos” estavam no centro da conversa e por vezes era o Italiano ou francês, para fazer os pedidos das comidas, uma experiência de “OUTROS MUNDOS”.
Então por mais que nós nos preparemos, sempre terá algo mais para aprender sempre que se chega em um país novo, com uma cultura rica e diversa como a Guiné-Bissau, nos sentimos em uma torre de babel, mas onde todos se entendem ou se esforçam para se entender.


Kriol da Guiné

Kriol (crioulo) é uma língua franca de 60% da população da Guiné-Bissau, sendo falado também no Senegal. 160 mil pessoas usam crioulo como primeira língua na Guiné Bissau e mais 600 mil como segunda língua, enquanto que cerca de 13% da população fala português.
É também conhecido como “crioulo da Guiné” ou “crioulo guineense”. Junto com o Crioulo de Cabo Verde forma o Grupo Crioulo da Alta-Guiné, o mais antigo de Línguas Crioula com base na Língua Portuguesa.
Há três principais dialetos no crioulo da Guiné-Bissau e do Senegal:
·           Bissau e Bolama,
·           Bafatá
·           CacheuZiguinchor
Esses dialetos foram influenciados por idiomas de povos próximos como mandingasmanjacospapéis. Porém, 80% do vocabulário crioulo da Guiné-Bissau vêm do Português.
Mercadores portugueses e o pessoal assentado na região se miscigenaram aos nativos, conforme o hábito dos exploradores portugueses que causou a existência de muitos idiomas crioulos de origem lusitana em todo o mundo. Um pequeno grupo de assentamentos, dos chamados lançados facilitou a intermediação no contato entre os europeus e os nativos, através da influência Portuguesa via língua e outros aspectos culturais.

Fonte: Wikkipedia

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