Nos
preparamos muito antes de vir a uma missão de paz, são dias e horas infindos
lendo, treinando, assistindo nossos programas favoritos em inglês. Ficamos
muito apreensivos com relação a isto, falar bem o Inglês ou Francês, mas quando
chegamos tudo muda.
Cheguei
na Guiné-Bissau e me deparei com um outro idioma, português mais próximo do de
Portugal e o Kriol, lingua própria do país, que é usado para as diversas tribos
se comunicarem entre si.
Fazendo
meus estudos vi que a maioria da população é capaz de entender o Kriol, mas
utilizam muito seus dialetos tribais e isto me encanta, pois gosto de aprender
coisas novas. “ N’ misti papia kriol.”
Todos
os dias aprendo uma palavra ou frase nova e me afundo em “gramáticas” de kriol,
coloquei entre aspas porque não existe nada oficial quanto a forma de de falar
kriol, muito menos escrever.
Outra
barreira do idioma em ambiênte de missão de paz são os sotaques, pois são
vários nativos em inglês como os americanos e os africanos colonizados pela
inglaterra. Muitas vezes nem eles mesmo conseguem se entender.
A
lingua oficial aqui na UNIGBIS é o Inglês e toda vez que queremos nos fazer
entender falamos em inglês, todos os documentos precisam ser em inglês e quando
vão para fora em português, daí o rala para nós é em dobro, todos veem até nós
solicitar ajuda. Um fator importante a ser levado em conta aqui é que o
Português local não é tão rebuscado quanto o Português e nem tão maleável
quanto ao brasileiro.
Um
final de semana estávamos almoçando e a cada momento era uma onda de um idioma,
inglês base, depois portugues para interagir com os locais, daí mudava para o
espanho sulamericano porque os “hermanos” estavam no centro da conversa e por
vezes era o Italiano ou francês, para fazer os pedidos das comidas, uma
experiência de “OUTROS MUNDOS”.
Então
por mais que nós nos preparemos, sempre terá algo mais para aprender sempre que
se chega em um país novo, com uma cultura rica e diversa como a Guiné-Bissau,
nos sentimos em uma torre de babel, mas onde todos se entendem ou se esforçam
para se entender.
Kriol da Guiné
Kriol (crioulo)
é uma língua franca de 60% da população da Guiné-Bissau, sendo falado também no Senegal. 160 mil
pessoas usam crioulo como primeira língua na Guiné Bissau e mais 600 mil como
segunda língua, enquanto que cerca de 13% da população fala português.
É também
conhecido como “crioulo da Guiné” ou “crioulo guineense”. Junto com o Crioulo de Cabo Verde forma o Grupo Crioulo da Alta-Guiné, o mais
antigo de Línguas Crioula com base na Língua Portuguesa.
Há três
principais dialetos no crioulo da Guiné-Bissau e do Senegal:
·
Bissau e Bolama,
·
Bafatá
·
Cacheu–Ziguinchor
Esses
dialetos foram influenciados por idiomas de povos próximos como mandingas, manjacos, papéis. Porém,
80% do vocabulário crioulo da Guiné-Bissau vêm do Português.
Mercadores
portugueses e o pessoal assentado na região se miscigenaram aos nativos,
conforme o hábito dos exploradores portugueses que causou a existência de
muitos idiomas crioulos de origem lusitana em todo o mundo. Um pequeno grupo de
assentamentos, dos chamados lançados facilitou a intermediação no contato entre os
europeus e os nativos, através da influência Portuguesa via língua e outros
aspectos culturais.
Fonte: Wikkipedia
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