Quando somos
chamados para servir ao próximo temos que estar prontos e dispostos a embarcar
no próximo navio e como sempre não conseguimos realizar todos os desejos e
necessidades antes, por isto temos que estar prontos para abnegar de algumas
coisas e ver positivamente todas as situações. Hoje foi meu casamento, um dia
especial e que vai entrar para minha história e alguns vou achar estranho
porque eu estou na África e minha esposa no Brasil. Mas vamos ao início.
Tudo começou
quando eu e minha esposa resolvemos morar juntos e começar nosso relacionamento
conjugal, estávamos até então impedidos de nos casar, pois eu estava em meio a
um processo de divórcio complicado, o qual se arrastou por anos.
Durante este
tempo nossa vida continuou inalterada e vivíamos como sempre muito bem, apareceu
a oportunidade de fazer a seleção para Missão de Paz, como sempre perguntávamos
aos outros sobre como seria e quanto tempo levaria até a primeira missão, todos
diziam de 6 meses a até anos, mas como já sabem fui convocado quase que
imediatamente e neste meio tempo o processo de divórcio se concluiu e com todos
os impedimentos por terra começamos o processo legal para o casamento,
acreditávamos que mesmo eu sendo convocado as etapas seguintes seriam longas,
aos moldes dos outros, mas não veio tudo muito rápido e com data marcada para a
minha viagem. Com tudo isto tentamos solicitar a dispensa de proclamas para
casar antes do recesso jurídico de final de ano, mas foi negado.
Veio meu “deployment”
e vim para a missão, mas a vida continua e como estava programado o processo de
casamento seguiu e no dia de hoje me casei.
Em honra a
minha esposa, limpei a casa, coloquei a melhor farda (até me perfumei), preparei
o ponto e torci para a internet ajudar e graças ao bom Deus, tudo deu certo.
Pela internet
acompanhei toda a celebração feita pela Juiza de Paz que mais amo a Dr. Sandra,
minha amiga-advogada-tia, me emocionei com as palavras dela e ao ver pela tela
do computador a mulher que eu amo. Aprendi sobre o “pequi” que é o casamento,
quer saber mais pergunte a Sandrinha, fiz caretas pela câmera para meus amigos
Maira e Oliveira, sacaniei com meu irmão Alexandre e mandei beijos e
declarações de amor para minha esposa.
Por um lado
triste por não poder estar lá, mas por outro feliz e honrado por estar rodeado
de pessoas de tão elevada estirpe como os que Deus colocou ao meu redor.
Hoje sei que
a abnegação faz parte da minha vida de serviço ao próximo, pois não sei porque,
eu tenho mais felicidade do que tristeza nestas coisas e hoje posso como um BOINA
AZUL dizer: Fui realmente feito para servir e proteger.
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