sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Abnegação durante a missão

Quando somos chamados para servir ao próximo temos que estar prontos e dispostos a embarcar no próximo navio e como sempre não conseguimos realizar todos os desejos e necessidades antes, por isto temos que estar prontos para abnegar de algumas coisas e ver positivamente todas as situações. Hoje foi meu casamento, um dia especial e que vai entrar para minha história e alguns vou achar estranho porque eu estou na África e minha esposa no Brasil. Mas vamos ao início.
Tudo começou quando eu e minha esposa resolvemos morar juntos e começar nosso relacionamento conjugal, estávamos até então impedidos de nos casar, pois eu estava em meio a um processo de divórcio complicado, o qual se arrastou por anos.
Durante este tempo nossa vida continuou inalterada e vivíamos como sempre muito bem, apareceu a oportunidade de fazer a seleção para Missão de Paz, como sempre perguntávamos aos outros sobre como seria e quanto tempo levaria até a primeira missão, todos diziam de 6 meses a até anos, mas como já sabem fui convocado quase que imediatamente e neste meio tempo o processo de divórcio se concluiu e com todos os impedimentos por terra começamos o processo legal para o casamento, acreditávamos que mesmo eu sendo convocado as etapas seguintes seriam longas, aos moldes dos outros, mas não veio tudo muito rápido e com data marcada para a minha viagem. Com tudo isto tentamos solicitar a dispensa de proclamas para casar antes do recesso jurídico de final de ano, mas foi negado.
Veio meu “deployment” e vim para a missão, mas a vida continua e como estava programado o processo de casamento seguiu e no dia de hoje me casei.
Em honra a minha esposa, limpei a casa, coloquei a melhor farda (até me perfumei), preparei o ponto e torci para a internet ajudar e graças ao bom Deus, tudo deu certo.
Pela internet acompanhei toda a celebração feita pela Juiza de Paz que mais amo a Dr. Sandra, minha amiga-advogada-tia, me emocionei com as palavras dela e ao ver pela tela do computador a mulher que eu amo. Aprendi sobre o “pequi” que é o casamento, quer saber mais pergunte a Sandrinha, fiz caretas pela câmera para meus amigos Maira e Oliveira, sacaniei com meu irmão Alexandre e mandei beijos e declarações de amor para minha esposa.
Por um lado triste por não poder estar lá, mas por outro feliz e honrado por estar rodeado de pessoas de tão elevada estirpe como os que Deus colocou ao meu redor.

Hoje sei que a abnegação faz parte da minha vida de serviço ao próximo, pois não sei porque, eu tenho mais felicidade do que tristeza nestas coisas e hoje posso como um BOINA AZUL dizer: Fui realmente feito para servir e proteger.

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